Seminários âmbito Mestrado Bioestatística (1) A Complexidade do Tratamento da Dor Oncológica: A Intensidade da Dor como Fator Preditivo. Resultados Preliminares do Estudo ProSPIC (2) Modelagem do Ganho de Peso com o Uso de Medidas Repetidas no Tempo

 

  • Dr. Paulo Reis Pina – Instituto Portugês de Oncologia / Dr. Arthur Schilithz – COPE – Universidade Federal Rio de Janeiro
  • FCUL (DEIO) – Campo Grande – Bloco C6 Piso 4 – Sala: 6.4.30 – 17:00h
  • Sexta-feira, 26 de Novembro de 2010
 
 Seminário (1):

Mais de 70% dos doentes com cancro apresenta dor. Os doentes oncológicos podem ter quadros dolorosos de complexidade variada. Na maioria dos casos é possível alcançar um bom controlo da dor, contudo, alguns doentes com síndromes álgicas complexas podem ser difíceis de tratar. Várias características são bem conhecidas como podendo influenciar a resposta a diferentes tratamentos. A intensidade da dor é, sem dúvida, uma das dimensões clinicamente mais relevantes na experiência da dor. A intensidade da dor, de acordo com a classificação feita pelo doente, condiciona comportamentos, expectativas e adesões ao tratamento. A intensidade da dor deve, portanto, fazer parte de qualquer sistema de prognóstico e de complexidade do tratamento da dor oncológica. Este é um assunto pouco estudado.

O estudo-piloto ProSPIC (“Prospective Study of Pain Intensity in Cancer”) foi desenhado para investigar a hipótese da intensidade da dor, auto-avaliada numa primeira consulta, constituir um fator preditivo significativo de complexidade do tratamento da dor oncológica. Secundariamente, pretendeu, também, identificar outros fatores – inerentes a características individuais, clínicas, tumorais e dolorosas, – que pudessem afetar a expressão da complexidade relacionada com a intensidade da dor oncológica.

Dos resultados preliminares adianta-se que os doentes com dor insuportável (auto-avaliação) necessitam, para controlar a dor, de: mais tempo (que depende da prescrição de opiáceos e do tipo de opiáceos), opiáceos, anti-inflamatórios não esteróides, relaxantes musculares e antidepressivos. Os doentes com dor insuportável carecem de doses superiores de opiáceos e desenvolvem mais tolerância. Os doentes com carcinomas parecem ter dores de pior prognóstico. Os doentes que mais utilizam o recurso telefónico são os que mais utilizam as Consultas de Dor não programadas por motivo de dor não controlada.

Seminário (2):

Em pediatria, o crescimento infantil é considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança especialmente devido a sua estreita dependência de fatores, tais como: alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da criança, no passado e no presente. Neste trabalho, pretende-se analisar o crescimento infantil segundo medidas repetidas e desbalanceadas de peso desde o nascimento até no máximo seis meses de idade incompletos. Os dados pertencem a um inquérito desenvolvido para investigar a assistência prestada à menores de seis meses no Município do Rio de Janeiro, Brasil, os quais são provenientes de entrevista junto à mãe e da caderneta da criança. Serão apresentados métodos estatísticos apropriados para verificar a relação do peso das crianças por idade e o peso ao nascer entre outras covariáveis, levando-se em consideração a presença de dados não balanceados e número de medidas repetidas diferentes para cada criança. Entre os métodos apresentados estarão: manova, equações estruturais generalizadas, curva de crescimento e modelos mistos.