Utilização de Dados Acústicos para Estimar a Densidade de Baleias-de-Bico / Fatores que Influenciam a Qualidade de Vida dos Doentes Diabéticos (Seminários no âmbito do Mestrado Bioestatística)

 

  • Prof. Doutor Tiago A. Marques – University of St. Andrews-CEAUL / Drª Zilda Mendes e Drª Ana Sousa – CEFAR – Associação Nacional de Farmácias
  • FCUL (DEIO) – Campo Grande – Bloco C6 Piso 4 – Sala: 6.4.30 – 16:00 horas
  • Segunda-feira, 5 de Dezembro de 2011
 

Abstract (1):

Para a gestão e conservação efetiva de uma população a primeira pergunta que se coloca é qual o estado da população. A informação base é conhecer o tamanho ou densidade dessa população. Sendo aparentemente um problema simples, a resposta é frequentemente muito complexa. Historicamente, a estimação da densidade de cetáceos era feita, tradicionalmente, usando transectos visuais, percorridos de barco ou de avião. No entanto, estas amostragens são muito caras, restritas no tempo a períodos diurnos, bem como altamente dependentes das condições climatéricas. Recentemente, o uso de métodos de acústica passiva têm sido apresentados como uma potencial alternativa, uma vez que a maioria das baleias produzem sons que poderiam ser detetados por hidrofones. Alguns exemplos de estimação de abundância de cetáceos com base nos dados recolhidos por hydrofones rebocados por barcos já estão disponíveis. Neste seminário apresentamos aquele que foi o primeiro exemplo da estimação de densidade de cetáceos com base em dados de acústica passiva recolhidos em sensores fixos no fundo do mar: a estimação da densidade de uma população de baleias-de-bico num recinto de testes navais da marinha norte americana, o AUTEC, nas Bahamas. A metodologia proposta implica a correção do número de sons detetados num conjunto de sensores no que respeita ao esforço de amostragem, falsos positivos, probabilidade de deteção e taxa de produção de sons.

Abstract (2):

Em 2007, o Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da Associação Nacional das Farmácias promoveu um estudo sobre a Qualidade de Vida dos Doentes Diabéticos em Portugal, numa amostra de 1.479 doentes diabéticos. Dos doentes inquiridos, 53,7% eram do sexo feminino, tinham idade média de 64 anos e apenas 19% apresentavam índice de massa corporal inferior a 25 kg/m2. Relativamente à medicação, 80,2% dos doentes estavam apenas a fazer terapêutica oral, 10,4% insulina e 9,4% ambas as terapêuticas. Alguns doentes já apresentavam complicações como: neuropatia (27,3%), retinopatia (22,4%) e nefropatia (11,9%). Neste questionário foi também avaliada a frequência de utilização dos cuidados de saúde por parte destes doentes.

A qualidade de vida foi avaliada através de um questionário específico para esta patologia ““Audit of Diabetes Dependent Quality of Life (ADDQoL)” (Portuguese version 6.6.02). O ADDQoL é composto por 2 questões gerais sobre o impacto da doença, pontuados entre -3 (muito mau) e 3 (excelente) e mais 18 itens subdivididos em domínios específicos pontuados entre -9 (máximo impacto negativo) e 9 (máximo impacto positivo). A pontuação global (average weight impact – AWI) e por item é efectuado através de uma média ponderada. Nesta amostra o AWI encontrado foi negativo (-1,88), com um intervalo de confiança a 95% para a média de [-1,96;-1,79], e uma mediana de -1,56.

Neste trabalho pretende-se avaliar a influência de alguns factores, na qualidade de vida dos doentes diabéticos através de duas metodologias: 1) Avaliação dos Odds Ratio obtidos através Regressão Logística Multipla e 2) Utilização adicional de Propensity Scores para minimizar a influência de potenciais variáveis de confundimento no modelo de Regressão Logística.